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quinta-feira, 3 de maio de 2012

:: Otto von Bismarck o Homem do 2º Reich ::

 Otto Leopold Edvard von Bismarck-Schönhausen (desde 1865 conde von Bismarck-Schönhausen, desde 1871 príncipe von Bismarck-Schönhausen, e desde 1890 duque von Lauenburg) (Schönhausen, 1 de Abril de 1815 — Friedrichsruh, Aumühle, 30 de Julho de 1898), foi um nobre, diplomata e político prussiano e uma personalidade internacional de destaque do século XIX. Bismarck ficou conhecido como o Napoleão da Alemanha.

Otto von Bismarck, o chanceler de ferro, foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a ele lançar as bases do Segundo Império, ou 2º Reich (1871-1918), que levou os países germânicos a conhecer pela primeira vez na sua história a existência de um Estado nacional único. Para formar a unidade alemã, Bismarck desprezou os recursos do liberalismo político, preferindo a política da força.

Quando primeiro-ministro do reino da Prússia (1862-1890), unificou a Alemanha, depois de uma série de guerras, tornando-se o primeiro chanceler (1871 - 1890) do Império Alemão.

Monumento a Bismarck em Hamburgo.


De início extremamente conservador, aristocrata, e monarquista, Bismarck lutou contra o crescente movimento social democrata na década de 1880 ao tornar ilegais várias organizações e ao instituir, de forma pragmática, a lei de acidentes de trabalho, o reconhecimento dos sindicatos, o seguro de doença, acidente ou invalidez entre outras, convencido de que só com a acção do estado na resolução destes problemas se poderia fazer frente às novas ideias políticas. Tornou-se conhecido como o "Chanceler de Ferro" (Eiserner Kanzler).

A política de Bismarck pautou-se pelo nacionalismo e pelo militarismo. As guerras com a Dinamarca e depois com a França asseguraram a unificação da Alemanha em torno de um regime militarista. Alguns historiadores observam que devido ao regime autoritário de Bismarck a democracia alemã posteriormente na república de Weimar falharia, iniciando-se o regime ditatorial do Terceiro Reich.

Infância

Bismarck nasceu em 1 de abril de 1815 na propriedade de sua família abastada, situada na Prússia. Quarto filho de seu pai, Karl Wilhelm Ferdinand von Bismarck (Schönhausen, 13 de novembro de 1771 - 22 de novembro de 1845) um proprietário imobiliário junker e um ex-oficial prussiano militar; sua mãe, Wilhelmine Luise Mencken (Potsdam, 24 de fevereiro de 1789 - Berlim), foi uma filha bem-educada de um alto funcionário do governo em Berlim. O nome e a família de Bismarck estavam entre os mais antigos da região.

A.J.P. Taylor mais tarde comentou sobre a importância desta dupla herança: apesar de Bismarck parecer fisicamente com seu pai, e aparentasse ser um junker prussiano para o mundo exterior — uma imagem que muitas vezes ele incentivou vestindo uniforme militar, mesmo que fosse não um oficial regular — ele também foi mais cosmopolita e altamente educado do que era normal para os homens de tal formação. Falava e escrevia fluentemente inglês, francês e russo. Quando jovem, costumava citar Shakespeare ou Byron em cartas a sua esposa.

A juventude
Bismarck com 21 anos de idade (1836)

Bismarck foi educado nas escolas secundárias Friedrich-Wilhelm e Graues Kloster. De 1832 a 1833, estudou Direito na Universidade de Göttingen, onde foi um membro de uma corporação de estudantes antes de se matricular na Universidade Humboldt de Berlim (1833-35).

Embora em Göttingen, Bismarck tornou-se amigo ao longo da vida de um estudante norte-americano, John Lothrop Motley, que descreveu Bismarck como Otto v. Rabenmark em sua novela a Esperança de Morton, ou as Memórias de um Provincial (1839). Motley se tornou um eminente historiador e diplomata.

Bismarck desejava se tornar um diplomata, mas começou a sua formação prática como um advogado em Aachen e Potsdam, e logo renunciou, após ter colocado sua carreira em risco por cortejar sem prévio consentimento duas moças inglesas, primeiro Laura Russell, sobrinha do Duque de Cleveland, e em seguida Isabella Loraine-Smith, filha de um rico clérigo. Bismarck não conseguiu se casar com qualquer uma delas. Também serviu no exército durante um ano e tornou-se um oficial da Landwehr (reserva), antes de retornar para administrar as propriedades da família em Schönhausen quando da morte de sua mãe, quando ele estava com vinte e poucos anos.

Primeiro Ministro

Quadro de Wilhelm Camphausen (1818–85) mostrando Napoleão III e o
Príncipe de Bismarck na manhã seguinte à Batalha de Sedan.

Depois de estudar Direito nas universidades de Göttingen e de Berlim, trabalhou por pouco tempo como administrador judicial em Aachen. Em 1847 conquistou uma cadeira no Landtag da Prússia onde gravitou no grupo ultraconservador liderado pelos irmãos Gerlach. Três anos mais tarde, participou como representante da Prússia na Dieta de Frankfurt, onde se destacou por suas idéias conservadoras e antiaustríacas. Depois foi sucessivamente embaixador em São Petersburgo e Paris, onde conheceu o imperador Napoleão III. Retornou a Berlim em 1862 e foi nomeado por Guilherme I primeiro-ministro da Prússia, posto no qual se dedicou por inteiro à tarefa de forjar a unificação alemã. Guilherme I se preparava para abdicar em 1862 e se voltou a Bismarck como sua última esperança de manter a supremacia junker.

Quando primeiro-ministro do reino da Prússia (1862-1890), unificou a Alemanha, depois de uma série de guerras. Em 1864 Bismarck levou a Prússia a uma guerra vitoriosa com a Dinamarca pela posse do Schleswig-Holstein (então dinamarquês, hoje pertencente à Alemanha). Duas etapas para atingir a unificação definitiva. Conseguiu, depois da guerra de 1866 contra a Áustria, que Viena cedesse a Berlim a preponderância no mundo germânico (1ª etapa). Na segunda etapa, precipitou com o despacho de Ems o seu país na guerra franco-prussiana de 1870, que terminou com a vitória da Prússia e trouxe a unificação definitiva dos estados alemães.

Chanceller

Bismarck tornou-se Chanceler da Alemanha em 1873.


Em 21 de março de 1871, Bismarck, considerado um herói, foi nomeado príncipe e chanceler imperial do Reich.

Em seu célebre discurso de 14 de Maio de 1872 perante o Reichstag, para demonstrar bem a pujança e independência da Nação Alemã, afirmou perante os parlamentares: "Nach Canossa gehen wir nicht immer — weder körperlich noch geistig!" ("Nunca mais iremos a Canossa, nem de corpo nem de alma!"; recordando a humilhação sofrida pelo imperador germânico Henrique IV, em 1077, quando teve que ir, descalço e apenas com um cilício, em pleno inverno, pedir perdão ao Papa Gregório VII por não se haver submetido a autoridade papal, no castelo de Canossa, na Itália).

Iniciou várias reformas administrativas internas, criou uma moeda comum para todo o estado, instituiu um banco central e promulgou um código civil e um código comercial comuns a toda a Alemanha.

Em política externa, presidiu o Congresso de Berlim de 1878, no qual atuou como mediador entre as grandes potências. Nesse mesmo ano, uma aliança com a Áustria-Hungria marcou uma nova etapa de conservadorismo na política de Bismarck, que se refletiu internamente através de sua política anti-socialista. Contudo, na intenção de contestar as críticas social-democratas, instituiu um sistema de previdência social — o primeiro da história contemporânea — que lhe atraiu o apoio de amplos setores operários. Em política externa, sua atividade centrou-se na criação de um complexo sistema de alianças, destinado a conseguir o isolamento internacional da França e a realçar o papel da Alemanha.

Declínio e últimos anos

Em 1890, seu poder começou a declinar em virtude de crescentes divergências com o novo Kaiser, Guilherme II, que levaram o chanceler a demitir-se em 18 de março.

Na última etapa da vida, afastado de toda atividade política, Bismarck dedicou-se à redação de suas Memórias. Morreu em Friedrichsruh, perto de Hamburgo, em 30 de julho de 1898. Bismarck não viu a publicação dos dois primeiros volumes de "Pensamentos e reminiscências" (Gedanken und Erinnerungen) em 1898, uma vez que insistiu que deveriam ser divulgados somente postumamente.

Fontes:

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↑ Bismarck, Otto von. Bismarck: The Man & the Stateman (em inglês). New York: Cosimo Classics, 2005. p. 5. 2 vol. vol. 1. ISBN 1-59605-184-1
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↑ Abrams, Lynn. Bismarck and the German Empire: 1871-1918. 2ª ed. [S.l.]: Routledge, 2006. 112 p. p. 26-27. ISBN 0-415-36309-8
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