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domingo, 20 de fevereiro de 2011

:: Abraham Lincoln ::

Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 — 15 de abril de 1865) serviu como o 16° Presidente dos Estados Unidos de março de 1861 até seu assassinato em abril de 1865. Ele liderou o país de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra de Secessão, preservando a União e abolindo a escravidão. Antes de sua eleição em 1860 como o primeiro presidente Republicano, Lincoln atuou como advogado de condado, legislador pelo estado de Illinois, membro da Câmara dos Representantes e duas vezes candidato derrotado ao Senado dos Estados Unidos. Oponente declarado à expansão da escravidão nos Estados Unidos, Lincoln venceu a pré-candidatura do Partido Republicano em 1860, sendo eleito presidente no final do mesmo ano. Grande parte de seu mandato foi dedicado ao combate aos separatistas dos Estados Confederados da América durante a Guerra da Secessão. Ele introduziu medidas que levaram à abolição da escravidão, promulgando a Proclamação de Emancipação em 1863 e promovendo a aprovação da Décima terceira emenda da constituição dos Estados Unidos da América.

Lincoln supervisionou ostensivamente os esforços vitoriosos de guerra, especialmente na seleção dos melhores generais, como Ulysses S. Grant. Historiadores concluíram que ele conseguiu se sobrepor às diversas facções do Partido Republicano, negociando a cooperação dos líderes de cada uma delas pessoalmente em seu gabinete. Sob sua liderança, a União obteve controle dos estados escravocratas de fronteira durante a guerra, ao mesmo tempo em que ele conseguia se reeleger na eleição presidencial de 1864.

Opositores políticos e outros oponentes à guerra criticaram Lincoln por se recusar a chegar a um denominador comum na questão da escravidão. Por outro lado, os Republicanos Radicais, uma facção abolicionista do Partido Republicano, o criticou pelo avanço lento na abolição da escravatura. Mesmo com esses adversários, Lincoln conseguiu conquistar a opinião pública através de sua retórica e discursos; seu Discurso de Gettysburg, de 1863, tornou-se um símbolo icônico dos deveres de sua nação. Nas etapas finais da guerra, Lincoln tinha uma visão moderada da Reconstrução, procurando reunir seu país de forma mais rápida através de uma política generosa de reconciliação.

Seis dias após a rendição em larga escala das forças Confederadas sob o comando do General Robert E. Lee, Lincoln se tornou o primeiro Presidente dos Estados Unidos a ser assassinado.

Nasceu numa família de condição humilde, no Condado de Hardin (Kentucky) agora parte do Condado de LaRue, próximo à cidade de Hodgenville, Kentucky, e exerceu diversos ofícios manuais até que pôde estudar Direito, abrindo seguidamente cartório em Springfield.

Em 1816, sua família mudou-se para o estado de Indiana, onde Lincoln viveu dos sete aos 21 anos. Seus estudos, segundo suas próprias palavras, resumiam-se, nessa época, a saber ler, escrever e fazer as quatro operações. No estado havia escassez de livros e papel, e a Bíblia era provavelmente o único livro existente em casa de seus pais. Lincoln estudou-a a fundo, vindo mais tarde a enriquecer seus discursos e trabalhos escritos com citações bíblicas. Em 1831, Lincoln mudou-se sozinho para a aldeia de New Salem, no estado de Illinois, empregando-se como balconista numa loja. Em New Salem, onde viveu quase seis anos, tornou-se agente postal e mais tarde foi eleito deputado por Illinois (1834-1840) e membro do Senado (1844-1848).

Durante seu segundo mandato na Assembleia, Lincoln começou a estudar Direito e completou sua formação, tomou livros emprestados, estudou-os e, em 1836, obteve licença para exercer a advocacia. No ano seguinte mudou-se para a nova capital do Estado, Springfield, onde, juntamente a outros, constituiu um escritório de advocacia. Em 1842, casou-se com Mary Todd e, dois anos depois, montou um novo escritório em sociedade com William Herndon. Essa sociedade jamais foi desfeita. A prática da advocacia em Illinois não era especializada no tempo de Lincoln. Durante seis meses em cada ano, Lincoln integrava os tribunais itinerantes do estado percorrendo vários municípios e aceitando os casos que lhe eram apresentados. Sua atuação como advogado tornou-o conhecido em todo o Illinois. Em 1846, foi eleito para a Câmara de Representantes federal.

De 1847 a 1849, Lincoln atuou no Congresso, onde se tornou impopular por causa da oposição que fez ao presidente James K. Polk, culpando-o pela guerra com o México. Desistiu de tentar a reeleição e voltou a exercer a advocacia. Uma súbita mudança na política nacional em relação à escravidão trouxe Lincoln de volta à política. O Acordo do Missouri proibira, em 1820, a escravidão nos novos territórios situados ao norte da fronteira sul do Missouri. Em 1854, o senador Stephen A. Douglas apresentou uma lei para organizar os territórios de Kansas e Nebraska que repelia o Acordo do Missouri, estabelecendo que os colonos deveriam decidir se desejavam ou não a escravidão. Lincoln era contrário a essa lei. Em 1858, disputando uma vaga ao Senado com Douglas, Lincoln desafiou-o para uma série de debates em torno da extensão da escravidão nos territórios livres. Lincoln perdeu as eleições, mas transformou-se numa figura de destaque nacional, possibilitando assim sua candidatura à Presidência em 1860, tendo estado essa atuação relacionada, também, com a fundação do Partido Republicano dos Estados Unidos em 1854. Em 1860, a assembleia nacional republicana apresentou-o como candidato à presidência da nação.

A marcha dos acontecimentos acelerou-se no Sul durante os meses que antecederam a posse de Lincoln na Presidência. Vários líderes do Sul haviam ameaçado retirar seus estados da Federação caso Lincoln ganhasse as eleições. Quando ele tomou posse, em março de 1861, sete estados do Sul haviam-se retirado e mais quatro fizeram o mesmo depois. Esses estados formaram, então, a Confederação dos Estados da América. Apesar de ter intentado um esforço extraordinário de conciliação, a sua escolha eleitoral para aquele cargo provocou a eclosão da Guerra Civil Americana. Em 12 de abril, os confederados bombardeavam o forte Sumter. Lincoln enfrentou a crise com energia: decretou o bloqueio dos portos sulistas e aumentou o exército além dos limites impostos pela lei. Após perderem as primeiras batalhas, os nortistas acabaram por vencer a guerra, a qual durou quatro anos e deixou um saldo de 600 mil mortos. Apesar dos insucessos iniciais e da consequente impopularidade, Lincoln jamais se deixou abater. Para ele, os EUA representavam uma experiência da capacidade de um povo para se governar a si mesmo. Em 22 de Setembro de 1862 publicou a proclamação que concedia a liberdade aos escravos dos estados confederados. Aos olhos das outras nações, a libertação deu um novo sentido à guerra e abriu caminho para a abolição da escravatura em todo o país, em 1865. Em 1864, as vitórias dos nortistas possibilitaram a reeleição de Lincoln, cujo novo mandato teve início no ano seguinte.



John Wilkes Booth, um conhecido ator e espião Confederado de Maryland, formulara originalmente um plano de sequestrar Lincoln em troca da libertação de prisioneiros Confederados. Após presenciar um discurso em 11 de abril no qual Lincoln prometia direito de voto aos negros, um enfurecido Booth mudou de idéia, determinado agora a assassinar o presidente.

Em 14 de abril de 1865, ao ficar sabendo que o presidente e a primeira-dama assistiriam uma peça no Teatro Ford, ele deu continuidade a seus planos, combinando com cúmplices o assassinato simultâneo do vice-presidente Andrew Johnson e do secretário de estado William Henry Seward. Sem seu guarda-costas principal, Ward Hill Lamon, a quem ele teria relatado um sonho três dias antes que predizia sua morte, Lincoln deixou a Casa Branca para assistir à encenação da peça Our American Cousin no Ford's, acompanhado em seu camarote pelo major Henry Rathbone e sua noiva Clara Harris.

Enquanto um segurança solitário vigiava as cercanias e Lincoln permanecia em seu camarote, Booth se esgueirou para dentro do cômodo e aguardou um momento particularmente engraçado durante a peça, esperando que os risos da platéia abafassem o barulho do tiro. No exato momento, Booth entrou no camarote e disparou à queima-roupa sua Deringer calibre .44 tiro único contra a cabeça do Presidente. O major Rathbone lutou momentaneamente com Booth, mas foi subjugado ao sofrer um corte profundo de punhal no braço. O assassino então pulou ao palco e gritou "Sic semper tyrannis!" (latim de "Isso sempre acontece com os tiranos!") e escapou, apesar de ter quebrado a perna durante o salto.

Uma caçada humana de doze dias teve início, com Booth perseguido por agentes federais sob a direção do secretário de guerra Edwin M. Stanton. Ele foi eventualmente encurralado e baleado em um celeiro na Virgínia, morrendo em consequência dos ferimentos pouco depois.


Fonte:

•Goodwin, Doris Kearns. Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln. New York: Simon & Schuster, 2005.

•Holzer, Harold. Lincoln at Cooper Union: The Speech That Made Abraham Lincoln President. [S.l.]: Simon & Schuster, 2004.

•Harrison, Lowell Hayes. Lincoln of Kentucky. [S.l.]: University Press of Kentucky, 2000.

•Swanson, James L.. Manhunt: The 12-Day Chase for Lincoln's Killer. [S.l.]: HarperCollins, 2009
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