O escritor russo Yakov Perelman conta em seu livro "Física Recreativa" um caso publicado pela imprensa durante a Primeira Guerra Mundial e vivido por um aviador francês em pleno vôo. Este piloto relatou aos jornalistas como, enquanto voava a vários quilômetros de altura, percebeu a presença de um pequeno objeto que se movia junto à cabine da aeronave. |
O aviador estranhou e pensou que se tratava de uma mosca e pegou-a rapidamente com a mão. Mas, qual não foi sua surpresa quando, ao abrir os dedos, descobriu que acabara de pegar uma bala de fuzil alemã.
Para além da veracidade da notícia (bastante duvidosa), Perelman sustenta que o fato não é nenhum disparate sob o ponto de vista da Física. Segundo explica, as balas não se movem durante o tempo todo com a velocidade inicial de 800-900 metros por segundo, senão que, devido à resistência do ar, vão cada vez mais devagar e ao final de sua trajetória, mas antes de começar a cair, sua velocidade pode chegar aos 40 m por segundo.
Esta era uma velocidade factível para os aeroplanos de então. Portanto, a bala e o aeroplano podiam voar a uma mesma velocidade, em um dado momento, e, nestas condições, aquela resultaria imóvel ou quase imóvel com relação ao piloto. Isto é, este poderia apanhá-la facilmente com a mão, sobretudo se estivesse usando uma luva (porque as balas esquentam muito no atrito com o ar).
Acredite se quiser!
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