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domingo, 18 de abril de 2010

:: Encontrada a Arca de Noé? ::

O Monte Ararat


Imagem aérea do Ararat

cerca de três anos, um satélite tirou uma foto muito intrigante do monte Ararat, na Turquia. Ocorre que, de acordo com o Antigo Testamento da Bíblia, este é o local onde a Arca de Noé aportou e encontrou o seu descanso final depois que as águas do Dilúvio baixaram...

Como sabemos, não é só a Bíblia que relata uma inundação de proporções globais que teria ocorrido provavelmente entre 6.000 e 4.500 aC. – A
Epopéia de Gilgamesh, considerada a primeira narrativa registrada em forma escrita da História, retrata de modo muito semelhante a história de um herói sendo contatado pelos deuses para construir uma grande embarcação que lhe possibilitaria salvar a sua vida e garantir a continuidade da vida no planeta Terra. - O "Noé" dessa história se chama Utnapishtim.

Gregos e romanos antigos tinham a lenda sobre
"Deucalião e Pirra". O deus criador da humanidade, Zeus, ao caminhar entre os homens fica muito desgostoso com a crueldade e as grandes injustiças que encontra, e então resolve acabar com suas criaturas. Com a ajuda de Poseidon, envia uma inundação de proporções descomunais para destruir o nosso mundo, mas duas boas almas são poupadas: Deucalião e sua esposa Pirra. - Os dois "justos" são os únicos a se salvar da terrível inundação, a bordo de um navio em forma de caixa: em algumas versões eles escapam juntamente com seus filhos e os animais, vindo posteriormente a repovoar todo o planeta. - Em outras versões é Júpiter quem envia o "dilúvio", mas todas falam da inundação mundial e da salvação de um único casal de seres humanos num barco, que depois viriam a repovoar o planeta.

Muitas tribos de índios das Américas também tem lendas semelhantes em suas histórias ancestrais, falando de inundações globais provocadas por deuses furiosos com as injustiças da humanidade e de heróis que se salvam a bordo de suas embarcações, todas impressionantemente parecidas umas com as outras.

Voltando à imagem captada pelo satélite, ela mostra uma região de montanha remota e extremamente inacessível, acima dos 5 mil metros de altitude. A foto mostra claramente um formato distinto no gelo, escuro e muito semelhante a uma construção de madeira: esse "objeto não identificado" possui um formato muito intrigante, uma ponta em uma das extremidades que forma um triângulo, algo muito distinto de qualquer construção natural nas condições locais.

De acordo com pesquisadores mais eufóricos, não há dúvidas de que a "Arca de Noé" foi encontrada. - Tais pesquisadores não são poucos, e a sua conclusão é reforçada por análises de laboratório da imagem do satélite que demonstram que uma das dimensões do objeto possui cerca de 150m, o que
bate perfeitamente com as referências bíblicas das medidas ordenadas por Deus à Noé(!).

Um dado curioso: existem relatos de moradores locais que dizem já terem visto a arca. Outros chegaram a tirar fotos, que por alguma razão não conseguiram revelar nitidamente...

O texto do Gênesis narra que, além de Noé e sua família, um casal de cada espécie animal da Terra deveria ser levado para dentro da Arca, para que fossem preservados - ou o “casal” seria a unidade de contagem básica. As espécies são divididas em: aves, gado (e/ou animais domésticos) e répteis. Além disso, as pessoas que ouvissem o aviso de Noé e quisessem salvar as suas vidas também poderiam ser acolhidas dentro da Arca. A imensa embarcação deveria levar ainda mantimentos para a sobrevivência da família de Noé e de todos os animais, por um ano. Tudo isso deveria ser feito porque Deus enviaria uma tempestade de proporções gigantescas, o Dilúvio, para inundar a Terra inteira e por fim à iniquidade dos homens. Chegado o dia, Deus enviou a grande chuva. O capítulo 7 introduz os momentos finais antes do Dilúvio. Deus manda que Noé e sua família entrem na arca, e amplia a especificação anterior, de um casal por espécie para sete casais de animais "limpos" e aves. O Dilúvio começa, o maior cataclismo terrestre de todos os tempos. Chove por 40 dias e 40 noites sem parar, por toda a Terra, antes de cessar. Somente muito tempo depois as águas recuam. Os texto bíblico encerra a história do Dilúvio dizendo que a Arca repousou no monte Ararat, região mais alta da atual Turquia...

O fato é que as histórias do livro do Gênesis, - e a do Dilúvio é uma das mais intrigantes, - continuam alimentando vivamente o interesse dos cientistas do nosso tempo, mesmo depois que, “oficialmente”, os físicos substituíram a Criação do mundo pelo Big Bang e Darwin substituiu Adão e Eva pela teoria da evolução das espécies. A impressionante semelhança entre o texto épico babilônico de Gilgamesh, a narrativa bíblica e os demais registros antigos que aludem a um Dilúvio universal continua intrigando. Tudo faz sugerir que, na antiguidade, uma enchente de gigantescas proporções realmente aconteceu, englobando no mínimo o Oriente Médio e a Ásia Menor.

Teoria #1 - Seja como for, uma das primeiras teorias no sentido de explicar a confluência de tantos registros antigos a respeito de uma inundação épica, se baseou no fato de que a maioria das civilizações urbanas se originaram na Mesopotâmia, terra situada entre dois rios, o Tigre e o Eufrates, e que portanto é sujeita a inundações freqüentes. Há cerca de 6.000 anos, uma gigantesca e destrutiva inundação teria superado todas as demais, e ficado marcada na memória da humanidade para sempre. Existem algumas evidências arqueológicas de que essa inundação realmente ocorreu: alguns sítios arqueológicos da antiga Suméria apresentam uma camada extremamente espessa de argila de aluvião, semelhante à que é depositada por inundações muito longas. Como a escrita foi desenvolvida cerca de mil anos depois, pelos próprios sumérios, a história teria acabado nos antigos registros, em épicos como o de Gilgamesh. Os semitas, descendentes desses povos, teriam-na preservado no Antigo Testamento.

Teoria #2 - Alguns filólogos atuais acreditam que a narrativa do Gênesis poderia ser uma apropriação do mito mesopotâmico de Gilgamesh, já que o povo hebreu muito provavelmente entrou em contato com esse famoso épico no século VI aC, quando o rei babilônico Nabucodonosor invadiu e destruiu Jerusalém e o seu Templo sagrado: no ano seguinte, os judeus foram deportados para a Babilônia como escravos, no chamado exílio babilônico, que durou terríveis 40 anos. Em 538 aC, Ciro, o fundador do Império Persa, depois de submeter a Babilônia permitiu o retorno dos judeus à Palestina, o Templo começou a ser reconstruído e, segundo uma teoria embasada pelo Prof° Rafael Rodrigues da Silva, especialista em exegese do Antigo Testamento do Departamento de Teologia da PUC de São Paulo, os rabinos teriam começado a reescrever o Gênesis tentando encontrar algum sentido teológico para a traumática experiência do exílio. Assim, a ameaça do Dilúvio seria uma referência à planície inundável entre os rios Tigre e Eufrates, região natal de Nabucodonosor; - os 40 dias de chuva poderiam representar os 40 anos do exílio, e a Aliança final de Deus com Noé, marcada pelo arco-íris, uma promessa divina de que os judeus jamais seriam exilados.

Ambas as teorias fariam certo sentido. Mas, ainda que pudéssemos solucionar o mistério do Dilúvio bíblico, continuaria o da sua origem no texto mais antigo, o de Gilgamesh. - No final da década de 90, dois geólogos americanos da Universidade Columbia, Walter Pittman e Willian Ryan, criaram uma hipótese: por volta do ano 5600 aC, ao final da última era glacial, o Mar Mediterrâneo havia atingido seu nível mais alto e ameaçava invadir o interior da Ásia na região hoje ocupada pela Turquia, mais precisamente a Anatólia. Num evento catastrófico, o Mediterrâneo irrompeu através do Estreito de Bósforo, dando origem ao Mar Negro como o conhecemos hoje. Um imenso vale de terras férteis e ocupado por um lago foi inundado em dois ou três dias.

Os povos que ocupavam os vales inundados tiveram que fugir às pressas e o mais provável é que a maioria tenha morrido. Os sobreviventes, porém, tinham uma história inesquecível para contar, que ecoaria por milênios. Alguns deles, chamados
“ubaids”, atravessaram as montanhas da Turquia e chegaram à Mesopotâmia, tornando-se os mais antigos ancestrais de sumérios, assírios e babilônios. Poderia estar aí a origem da narrativa ancestral de Gilgamesh. Mas essa teoria, em princípio, foi recebida pelos arqueólogos e antropólogos mais influentes como “fantástica demais para ser verdadeira”. – É que o povo de avental branco detesta qualquer coisa que pareça fantástica. Para que eles ao menos se permitam considerar qualquer proposta como válida, ela precisa ser bem sem graça, esse é um pré-requisito essencial, não podemos nos esquecer disso...

No entanto, no verão de 2000, o caçador de tesouros submersos
Robert Ballard (o mesmo que se tornou conhecido por encontrar os restos do Titanic), levou suas poderosas sondas para analisar o fundo do Mar Negro, nas proximidades do que deveriam ser vales de rios antes do grande cataclismo aquático conhecido como Dilúvio. Ballard encontrou restos de construções primitivas, e a análise da lama colhida em camadas profundas do oceano provaram que, há cerca de 7 600 anos, ali existia um lago de água doce(!). A hipótese de um grande dilúvio do Mar Negro estava provada. Mas seria este o Dilúvio?

Paradoxalmente, quem não gostou muito da descoberta de Ballard foram os fundamentalistas biblicos. Eles não concordam com a sugestão de que esta inundação tenha sido a que a Bíblia conta, - primeiro, porque a Bíblia diz que ela ocorreu em todo o mundo, e não apenas em uma região localizada. Segundo, porque o Monte Ararat, onde supostamente a Arca pousou ao findar o Dílúvio, fica muito longe do Mar Negro. Terceiro, porque segundo a cronologia da Bíblia, este evento teria ocorrido cerca de 2.000 anos depois da inundação do Mar Negro. Os teólogos não fundamentalistas, por sua vez, também não gostaram da sugestão de Ballard, pois, para eles, o Dilúvio é apenas uma lenda simbólica e não deve ter ocorrido de verdade. E por sua vez, Ballard até agora foi incapaz de descobrir novas evidências arqueológicas de peso que pudessem colocar um ponto final na questão. Quem tem razão?


Mapa esquemático do Monte Ararat


Bem, então o que temos de palpável até aqui? Temos a certeza (embasada pela ciência) de que o Dilúvio aconteceu de fato, embora provavelmente jamais possamos conhecer os detalhes que envolvem essa incrível história com alguma precisão. E então, se Noé não tinha nada a ver com a imagem cristalizada pelos artistas populares e/ou por Hollywood, ou se ele na verdade se chamava Utnapishtim, o fato é que pode ter havido um Noé. E aqui estamos nós, de volta à foto do satélite do Monte Ararat... Se o enorme objeto descoberto pelo satélite viesse a ser definitivamente identificado como uma arca, e se nessa arca fossem encontrados vestígios congelados de que um dia, há milênios, animais foram abrigados ali... Sem dúvida estaríamos diante de uma das mais empolgantes descobertas arqueológicas e científicas de todos os tempos. Estaríamos falando mesmo da Arca de Noé!


O vídeo abaixo é um trecho do especial Fox News sobre a suposta descoberta da Arca, com algumas imagens e comentários:



Grandes dificuldades

Enormes embargos para se solucionar essa grandiosa interrogação: a inacessibilidade do local, o desconhecimento e a atitude “partidária” que caracteriza boa parte da comunidade científica dominante, os já chamados "
Anti-Arca"...

Inacessibilidade: A montanha Ararat é realmente gigantesca, com áreas imensas de muito declive e cobertas de gelo, calotas deslizantes e sujeitas a avalanches; sem contar a atitude elevada que dificulta muito qualquer acesso para meios pesados de transporte. Isso também torna extremamente perigoso o uso de helicópteros ou aviões. Seria preciso um investimento realmente grande para cobrir os gastos na montagem de uma megaestrutura que permitisse uma expedição ao ponto exato em questão. Como se não bastasse, os terroristas curdos atrapalham e frequentemente atacam os expedicionários que se aventuram a subir o monte. - Aquela é uma região muito conturbada. Consta que nos anos 1990 mais de 6 mil pessoas morreram no monte e só existe permissão do governo turco para se subir do lado sul, enquanto a suposta Arca está no lado norte.

Desconhecimento: A montanha é apenas superficialmente conhecida, pouco se sabe dela. As áreas de acesso ao pico são ainda "virgens", onde o homem ainda não chegou. Quase nada se conhece acerca de sua geologia, e muito menos o que há por debaixo de todo o gelo.

Os "Anti-Arca": Pode parecer teoria da conspiração, mas é um fato inegável que existe muita gente influente que não gostaria que a Arca fosse encontrada, se ela existisse. Estamos falando de céticos, ateístas e anti-religiosos ativistas que ocupam altos cargos no meio científico acadêmico. Existem pessoas importantes que não querem permitir nada que se contraponha ao progresso científico da humanidade e consideram que a descoberta de um artefato que venha a comprovar uma história bíblica do Antigo Testamento poderia significar o surgimento de uma nova “idade das trevas” nas mentes fundamentalistas de boa parte da população mundial. E tenho a dizer que os seus temores não são totalmente sem razão de ser. São os que entendem que não pode haver racionalidade alguma na fé, e nenhum tipo de harmonia entre fé e ciência. - Este é o meu grande ponto de discordância com essa turma. - Segundo esse grupo, que parece ter crescido muito nos últimos anos, qualquer homem de ciência que se interesse por provas bíblicas, ou fenômenos que impliquem qualquer noção do que chamamos "espiritualidade", é sempre um fanático, um desequilibrado que não merece qualquer atenção.

Seja como for, é bem provável que, apesar das dificuldades, em breve seja organizada uma expedição ao local da foto tirada pelo satélite. E que breve tenhamos notícias de alguma amostra ou alguma nova informação a respeito deste tema tão palpitante. No Brasil, o “Jornal da Noite” da TV Bandeirantes já veiculou a notícia. E como sempre, qualquer assunto que traga novidades a respeito de arqueologia bíblica desperta curiosidade imediata.



# Quero me aprofundar mais

# Imagens da suposta Arca e trechos de reportagens diversas



Fontes e bibliografia:
Prof° Renato Sabbatini;
Arquivo Abril-Superinteressante, revisado;
Ociokako.Blogspot.Com

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