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segunda-feira, 25 de março de 2013

:: CONFLITOS EM MIANMAR REMOVEM A IMAGEM DE RELIGIÃO PACÍFICA DO BUDISMO ::


Quase todas as religiões possuem seus lados pacíficos e violentos. Assim como afirmar que todo o Islã é uma religião violenta é uma generalização improcedente, também dizer que todo o Budismo é uma religião pacífica é uma generalização descabida. Uma vez que a população ocidental não tem muitas informações sobre a religião de Buda, tal como possui da religião cristã, uma vez que não temos no Ocidente países majoritariamente budistas, a imagem formada desta religião oriental é então formada através dos itens ou dos personagens que mais lhe chamam a atenção, isto é, que são destaques na mídia. De maneira que, nada e ninguém no Budismo de hoje é mais emblemático do que o atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, o qual se transformou numa estrela internacional. Sendo assim, muitas das informações sobre Budismo foram formadas a partir das suas interpretações e das suas atitudes, de modo que estas foram transferidas para as noções de Budismo pelas pessoas, em geral, pouco informadas. Com sua campanha pacífica de independência do Tibete, a partir do princípio da não violência (ahimsa), propagado por Mahatma Gandhi na primeira metade do século XX, ele disseminou a imagem de um Budismo pacífico. No entanto, por trás desta mensagem pacífica esconde-se uma história sangrenta do Budismo Tibetano, do qual o Dalai Lama é o líder, tal como mostrado no estudo postado neste blog em 22/11/2012, sobre a Linhagem dos Dalai Lamas (http://octaviobotelho.blogspot.com.br/2012/11/a-linhagem-dos-dalai-lamas-um-breve.html).


A oficialização do Budismo como religião do estado aconteceu através de um episódio que lembra o do sanguinário imperador Constantino (século IV e.c.) no Cristianismo. Trata-se do também sanguinário imperador Ashoka (século III a.e.c.) quem, depois de aniquilar e subjulgar milhares de pessoas, se converteu ao Budismo e levou sua doutrina aos quatro cantos do seu império e até para além, no século III a.e.c. Assim como Constantino foi o grande patrono do Cristianismo, Ashoka foi o grande patrono do Budismo na Índia. Ambas as religiões alcançaram sua oficialização pelas mãos de guerreiros sanguinários. Portanto, o Budismo, além do caráter pacífico, tem também um gene violento que se instalou nos tempos de Ashoka.

A história do Budismo no Tibete, na China, no Japão, em Sri Lanka, em Mianmar (antiga Birmânia) e em outros países budistas está pautada com muita violência. Na China, o envolvimento é antigo, pois lá ficou conhecido o mosteiro budista Shaolin, onde monges praticavam as artes marciais, sobretudo o Kung Fu. Na tradição Wuxia (heróis guerreiros), a qual depois foi transferida para a literatura, para o teatro, para as artes plásticas e, mais recentemente, para o cinema, muitos de seus heróis eram monges budistas praticantes de artes marciais. No Japão, também são conhecidos os Sohei (monges guerreiros), os ancestrais dos Samurais, os quais lutaram nas guerras Jokyu, Onin e Genpei, para defender os senhores feudais. Na atual Sri Lanka, os budistas se envolveram numa guerra contra os tamis (imigrantes hindus do sul da Índia), a qual já matou milhares de pessoas, ademais já ficou conhecido o “Yellow Robe Terrorism” (Terrorismo da Túnica Amarela), referindo-se a cor amarela da tradicional túnica dos monges Theravada, corrente budista predominante naquela ilha. Estes são apenas alguns poucos exemplos na história, para mostrar que o Budismo tem DNA violento.


O mundo se chocou com a notícia do ataque terrorista com gás venenoso Sarin efetuado por uma seita japonesa, de caráter terrorista, a qual também incorpora doutrinas budistas, no metrô de Tóquio em 20 de Março de 1995. Na ocasião, 13 usuários perderam suas vidas, 54 ficaram seriamente feridos, mais 980 foram afetados e, estima-se que, no total, cerca de 5 mil pessoas foram afetadas pelo gás venenoso.

Embora ainda não tão popularizado, o assunto começou a chamar a atenção dos acadêmicos, sobretudo em razão da necessidade de corrigir esta imagem deformada do Budismo no Ocidente, prova disto são as recentes publicações de dois livros sobre a violência budista. O primeiro é “Buddhist Warfare” (Guerra Budista), editado por Michael Jerryson e Mark Juergensmeyer, Oxford University Press, 2010, o outro “Buddhism and Violence: Militarism and Buddhism in Modern Asia” (Budismo e Violência: Militarismo e Budismo na Ásia Moderna), editado por Vladimir Tikhonov e Torkel Brekke, Routledge, 2013.

No conflito noticiado recentemente em Mianmar, entre budistas e muçulmanos, na cidade de Meiktila, 32 pessoas morreram e mais de 8 mil pessoas fugiram do local. Os jornais e sites anunciaram que era possível ver monges budistas armados pelas ruas. O Budismo é maioria em Mianmar. Outros conflitos entre budistas e muçulmanos em Mianmar, no ano passado, no estado de Rakhine, deixaram cerca de 180 mortos e 110 mil abandonaram a região.


Agora, para aqueles que, desde muito tempo, sempre cultivaram a imagem de um Budismo pacífico, é chocante acompanhar o crescimento da violência praticada por budistas em diversas partes do mundo. Com isso, o mito do Budismo sem violência começa a se desfazer no Ocidente, para dar lugar a uma visão mais realista do caráter budista.

Por outro lado, é preciso lembrar que nem todo o Budismo é violento, portanto é importante saber separar o joio do trigo, e não começar a transformar a imagem do budismo em uma religião inteiramente violenta, tal como acontece atualmente com a imagem generalizada do Islamismo como religião violenta e terrorista. Bem... mais uma das coisas da religião.

Fonte: Blog de Estudo Crítico das Religiões

4 comentários:

  1. Notícia muito mal contada. Atualmente budistas lutam contra muculmanos na tailândia e em toda parte do mundo. Os Shaolins sao exemplos de como podemos ser fortes e nao há evidência nas escrituras budistas de agressão ou dogmas religiosos. O budismo em minha opiniao ainda é a melhor de todas reiligoes, cujo foco é o poder interior e a bondades sobretudo e todos!

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  2. Notícia muito mal contada. Atualmente budistas lutam contra muculmanos na tailândia e em toda parte do mundo. Os Shaolins sao exemplos de como podemos ser fortes e nao há evidência nas escrituras budistas de agressão ou dogmas religiosos. O budismo em minha opiniao ainda é a melhor de todas reiligoes, cujo foco é o poder interior e a bondades sobretudo e todos!

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  3. Notícia muito mal contada. Atualmente budistas lutam contra muculmanos na tailândia e em toda parte do mundo. Os Shaolins sao exemplos de como podemos ser fortes e nao há evidência nas escrituras budistas de agressão ou dogmas religiosos. O budismo em minha opiniao ainda é a melhor de todas reiligoes, cujo foco é o poder interior e a bondades sobretudo e todos!

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  4. Crescimento da violência? Qual contexto? enquanto houver muculmanos enchendo o saco, haverá pessoas de qualquer tipo lutando contra

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