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sexta-feira, 4 de março de 2011

:: História do Violão ::

A história do violão que hoje conhecemos, começou a ser descoberta há aproximadamente dois mil anos antes de Cristo.

Os arqueologistas encontraram placas de barro com figuras seminuas tocando instrumentos musicais, muito similares ao violão atual (1900-1800 a.C), na antiga Babilônia. Um exame mais detalhado nos mostra que há diferenças significativas no corpo e no braço.

Além de possuir algumas diferenças principalmente no corpo do instrumento e no braço, o fundo é chato e com isso não há nenhuma relação com o alaúde, de fundo côncavo. As suas cordas são pulsadas com a mão direita, e o número de cordas não se dá para precisar, mas em algumas placas pelo menos duas cordas são visíveis.

Outras descobertas de instrumentos semelhantes ao violão foram encontradas em cidades como Assíria, Susa e Luristan.

Os instrumentos de cordas pulsadas que hoje conhecemos, tiveram sua origem histórica a partir da Lira, instrumento de cordas usado pelos antigos Gregos e Egípcios.

O violão é conhecido mundialmente como guitarra e faz parte do grupo de instrumentos de cordas pulsadas, que são classificados em:

providos de haste ou braço (Guitarra, Alaúde, Vihuela) e
sem haste ou braço (Harpa, Lira).
A origem do violão (guitarra), é muita confusa e provavelmente tenha se originado na mesma época em que se criaram os instrumentos de cordas pulsadas como o Alaúde, a Vihuela, etc.

Durante a época em que predominou o movimento renascentista na Europa, período esse das grandes descobertas e explorações nas artes, onde o homem passa a ser valorizado, contribuindo dessa forma para o aparecimento do Humanismo.

O período renascentista revive muito da antiguidade dos gregos e romanos, principalmente no tocante as artes e na música que tinha como base os princípios gregos, sendo as formas musicais mais utilizadas para a música vocal, o Moteto, a Missa e o Madrigal, e a música instrumental a Canzona, o Ricercare, a Tocata, a Fantasia e o Tema com Variações.

O instrumento predominante neste período era o Alaúde, com exceção da Espanha, onde o instrumento que dominava era a Vihuela.


:: História do Violão no Brasil ::


O primeiro instrumento de cordas que se tem notícias que chegou ao Brasil foi a viola de dez cordas ou cinco cordas duplas, muito popular entre os portugueses e precursora do violão, trazida pelos jesuítas portugueses que aqui chegaram para catequisar os índios e a usavam durante a catequese.

A primeira notícia que se tem sobre este instrumento no Brasil, ocorre no século XVII em São Paulo, vendida por um preço exorbitante na época, por dois mil réis e pertencente a um bandeirante chamado Sebastião Paes de Barros.

Sobre a viola, o escritor Mário de Andrade cita em uma de suas obras, um cidadão chamado Cornélio Pires, para quem a viola era um dos instrumentos que o acompanhava nas danças populares de São Paulo. A confusão entre a viola e violão começa em meados do século XIX, quando a viola é usada com uma afinação própria do violão, isto é, lá, ré, sol, si, mi.

Mas, o uso da nomenclatura usada como referência ao instrumento viola/violão, continua conforme afirma Manuel Antônio de Almeida, autor da Memórias de um Sargento de Milícias (1854-55), quando se refere muitas vezes com terminologia da época do final da colônia, a viola em vez de violão ou guitarra sempre que trata de designar o instrumento urbano com o qual se acompanhava as modinhas.

Atualmente, a viola passou-se a ser denominada de viola caipira, por ser um instrumento típico do interior do país, e a nomenclatura violão, ao instrumento que era característico de uso urbano e ter sua forma atual estabelecida no final do século XIX.

Com isso, o violão passou a tornar-se o instrumento favorito para o acompanhamento vocal, como no caso das modinhas, na música instrumental, acompanhando a flauta e o cavaquinho, e com isso formando a base de um conjunto de chorinho.

O violão por ser um instrumento muito usado na música popular brasileira e pelo povo, passou a ter uma má fama, sendo considerado por muitos como um instrumento de boêmios, presente entre seresteiros, chorões, tornando-se um símbolo de vagabundagem e, carregando consigo este estigma por muitos anos.
Em virtude desta discriminação sofrida pelo violão no Brasil e sua associação, os primeiros que tentaram desmistificar esse ranço pejorativo e discriminatório do violão, divulgando-o como um instrumento sério foram considerados verdadeiros heróis.

Um dos precursores do violão moderno no Brasil foi o fundador da revista “O Violão”, publicando-a em 1928, foi Joaquim Santos (1873-1935) ou Quincas Laranjeira, considerado o “Pai do violão moderno” que nos últimos anos de sua vida dedicou-se a ensinar a tocar o violão pelo método de Tárrega.

O violão no Brasil desenvolveu-se, basicamente, em dois grandes eixos da expressão da arte no Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. Onde surgiram a grande maioria dos grandes violonistas brasileiros, que obtiveram sua formação instrumental com os professores que moravam nestas cidades.

Na cidade de São Paulo, através do violonista uruguaio Isaías Savio (1900-1977), que teve sua formação violonística com Miguel Llobet, resultou a fundação de uma das melhores escolas de violonistas da América do Sul, vindo morar no Brasil, em São Paulo, onde desenvolveu a maior parte do seu trabalho fundando a Associação Cultural Violonística Brasileira, e em 1947, e tornou-se professor de violão do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, fundando a primeira cadeira de violão no país.

Em 1951, ele participou da fundação da Associação Cultural de Violão de São Paulo, sendo responsável pela composição de mais de 100 obras para o violão e cerca de mais ou menos 300 transcrições e revisões, sendo seus trabalhos usados atualmente por muitas escolas de música em todo o Brasil e fora dele.

O Brasil teve e tem a sua própria safra de violonistas, podemos citar:

Clementino Lisboa: iniciou as apresentações de violão em público, apresentando o instrumento para a elite carioca;- Joaquim Santos: fundador da revista “O violão”;
Aníbal Sardinha: precursor da bossa-nova.
Ainda citamos alguns como Jorge do Fusa, Américo Jacomino, Nicanor Teixeira e Egberto Gismonti.

A música brasileira para violão tem por base a pequena obra de Villa-Lobos, que foi um importante compositor e violonista brasileiro, que conta basicamente com 12 estudos sobre violão.

:: Curiosidades Sobre o Violão ::

Em outros países que não falam a língua portuguesa, o nome do Violão é guitarra, em inglês diz-se Guitar, em francês Guitare, em alemão Gitarre, em italiano Chitarra e, em espanhol Guitarra.

No Brasil, quando fala a palavra guitarra, estamos nos referindo a um instrumento elétrico chamado guitarra elétrica, isto porque os portugueses que introduziram esse instrumento no Brasil possuem um instrumento que se assemelha muito ao violão e que equivale á nossa “Viola Caipira”.

Os portugueses possuem um instrumento que possui as mesmas formas e características do Violão, sendo apenas pouco menor, denominado de viola portuguesa, quando os portugueses viram a guitarra espanhola, que era igual a sua viola (apenas um pouco maior), colocaram o nome do instrumento no aumentativo, de viola para violão.

:: Origem do Violão ::

Os musicólogos, quando falam sobre a origem da guitarra (violão), citam duas hipóteses prováveis sobre a origem desse instrumento musical. Uma delas é a de que o violão tenha sido derivado do alaúde Caldeu-Assírio que os Egípcios, os Persas e os Árabes levaram junto para a Espanha; a outra hipótese é de que o violão sofreu diversas transformações e adaptações a partir de um instrumento grego denominado Kethara Grega ou Assíria (que foi precursora da Cítara ou Fidícula romana), da Rotta ou Crotta medieval inglesa e, finalmente, da Vihuela que surgiu na Espanha no Século XVI.

É bastante provável que quando os árabes chegaram à Espanha com seus Alaúdes, teriam encontrado lá a vihuela.

Quando analisamos as Cantigas de Santa Maria, do rei Alfonso X, denominado de El Sábio (1221 – 1284), rei de Castela no período de 1221 a 1284, vemos que aparecem ilustrações de dois tipos diferentes de guitarra, uma oval, com incrustações e desenhos Árabes, mas sendo tocada, por um músico Mouro, o que seria a guitarra mourisca; já outra na forma do número oito, com incrustações laterais, tocada por um músico de feições romanas, que seria a guitarra latina ou o precursor do violão.

No século XIV, Guillaume de Machault cita em suas obras a guitarra mourisca e a guitarra latina no século XVI na Espanha, a guitarra mourisca, com quatro coros de cordas, era usada para acompanhar cantos e danças populares, enquanto que a guitarra latina – a vihuela, pertencia ao músico culto da corte.

A Vihuela tinha três denominações distintas: vihuela de mano (em nada diferente do violão atual), vihuela de arco e vihuela de plectro.

A Vihuela de mano constava de cinco cordas duplas mais a primeira que era simples. Os vihuelistas além de precursores dos guitarristas do século XVII, foram também criadores de métodos e formas musicais que serviriam de base para toda a música instrumental que viria depois.

A Vihuela veio a desaparecer devido à busca de novos recursos e maior intensidade sonora. O povo, porém fiel à guitarra, continua descobrindo novos caminhos para ela, utilizando-a inicialmente para os rasgueados e acompanhamento do canto. Devido ao seu grande uso na Espanha, a guitarra passa a ser conhecida nos demais países como Guitarra Espanhola, sendo que o seu período de triunfo ocorrerá no século XVII.


:: Partes do Violão ::



As partes do violão, como podem ser vistas na imagem, são:

Tarrachas ou Cravelhas;
Pestana ou Capotraste;
Braço;
Traste;
Boca;
Fundo;
Cordas;
Tampo;
Cavalete.
O violão é um instrumento composto de 6 cordas. As cordas são contadas a partir da mais fina:

1.MI agudo
2.SI
3.SOL
4.RE
5.LA
6.MI grave
As cordas são dedilhadas com o polegar, indicador, médio e anular da mão direita, enquanto os dedos da mão esquerda (menos o polegar) fazem pressão nos espaços entre os trastes para produção das notas. Para indicação do dedilhado da mão esquerda, a numeração usada é:

indicador: 1
médio: 2
anular: 3
mínimo: 4


:: Postura ::

Para se tocar violão, um detalhe importante que cabe se observado é a postura. Uma boa postura é fundamental para que o aprendizado se dê de forma eficiente.



É fundamental estar sentado de maneira confortável em um local bem iluminado, arejado e sem ruídos externos que venham a atrapalhar o som do instrumento.

A princípio deve-se manter a coluna retilínia e os músculos relaxados. Daí então, apoia-se a mão esquerda de forma a segurar o violão apenas com o polegar na parte de trás do braço do instrumento.

Enquanto isso, a mão direita deve fiar apoiada apenas por meio do antebraço em cima do corpo do violão. Fazendo isso, as pontas dos dedos terão mobilidade suficiente para tocar todas as cordas.

Ao manter a boa postura ao tocar o violão, você não correrá riscos de sentir dores nos membros superiores ou sofrer com distensões musculares e tendinites.


::Notações de Tablaturas ::


As tablaturas podem representar diversos detalhes de um solo de violão ou guitarra além das notas como efeitos a serem feitos com os dedos da mão esquerda, por exemplo.

Números
O principal conteúdo das tablaturas são os números. Cada número representa a casa que deve ser pressionada quando a respectiva corda for tocada. Detalhe para o número zero, que indica que a corda deve ser tocada solta.

e|---0-----1-----2------3-----4-----5------------------------|O exemplo acima mostra a notação de números em uma tablatura.

Hammer-on
A técnica de hammer-on consiste em pressionar uma nota posicionada na mesma corda da última nota tocada, com uma tonalidade mais alta e sem tocar novamente na corda com a mão direita.

Essa execução deve ser feita de modo a emitir o som da nota tocada, mesmo sem ter a corda tocada com a outra mão.

A letra que representa o hammer-on é o h:

e|---0h1-----2------3h4-----5--------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de hammer-on em uma tablatura.

Pull-off
O pull-off é a ação contrária do hammer-on. O violonista (ou guitarrista) deve soltar uma nota que está sendo tocada pressionando, antes disso, o dedo em uma nota localizada na mesma corda com uma tonalidade mais baixa. A técnica deve emitir o som da nota mais grave sem que seja necessário bater novamente na corda com a outra mão.

A letra que representa o pull-off é o p:

e|---5-----4p3-----2-----1p0---------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de pull-off em uma tablatura.

Bend
Essa técnica trata-se de empurrar a corda para cima com o dedo que está pressionando uma determinada nota. Ao empurrar essa corda, o som se transformará em uma nota de maior tonalidade, como se a corda estivesse mais esticada (o que de fato ocorre).

A letra que representa o bend é o b e o número posicionado à sua direita representa qual nota o efeito deve emitir:

e|---1b2-----2------3b4-----5--------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de bend em uma tablatura.

Slide
O slide é uma técnica bastante comum nos solos. Trata-se de escorregar o dedo para uma casa vizinha sem tocar novamente a corda. Os slides podem ser feitos tanto para uma nota mais aguda quanto para uma nota mais grave.

Para representar um slide são utilizadas barras. A barra / indica que o slide deve ser feito para uma nota mais aguda, enquanto a barra \ para uma nota mais grave.

e|---1/2-----2------4\3-----2--------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de slide em uma tablatura.

Vibrato
O vibrato representa que a pressão exercida sobre a corda deve variar, emitindo um som vibrante, sem retirar o dedo da corda.

O símbolo utilizado para representar o vibrato é o til: ~

e|---1-----2~-----3------5~--------------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de vibrato em uma tablatura.

Tap
Essa técnica consiste em pressionar uma corda em cima de uma traste, ao invés de ser no centro de uma casa. É mais utilizada em solos rápidos, produz um efeito metálico na nota tocada.

A letra utilizada para representar o tap é o t:

e|---12t-----13t-----14t-----------------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de tap em uma tablatura.

Abafar
O efeito de abafar uma nota com o dedo que pressiona as cordas consiste em não utilizar a força necessária para que a nota saia limpa, porém na posição correta da nota.

A letra utilizada para representar esse efeito é o x:

e|---12x-----13x-----14x-----------------------------------------|O exemplo acima mostra a notação de abafar em uma tablatura.

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