USA — Berkeley Pit [poço de Berkeley, poço de mina], em Butte, Montana. É uma paisagem estranha mas tem sua beleza. O lago plácido de águas achocolatadas refletindo o céu azul. É o Lago Morto, poço de Berkeley. Suas águas são tão tóxicas que nada pode viver ali. Não é obra da Natureza. É trabalho humano. Herança retardada de um tempo em Ecologia era somente uma palavra em meio aos discursos bicho grilo [idealistas, sessentistas] de uma geração de hippies delirantes.
Porque, historicamente, nem faz tanto tempo assim: foi há 28 anos que uma mina de cobre, cuspindo ali seus resíduos venenosos, matou o lago e transformou-o em um diabólico caldeirão assassino. A mina, aberta em 1955, foi interditada em 1982. Na época, um bando de 342 gansos em migração, durante uma noite, inadvertidamente pousaram ali. Jamais levantaram vôo novamente...
Saturada de compostos de manganês, ferro, cobre, arsênico, cadmo, zinco e ácido súlfurico, as águas mancham roupas, queimam os olhos, esfolam a pele, corroem a garganta. É um poço gigante, com 275 metros de profundidade [em 2006], cheio de ácido de bateria.
Essa profundidade aumenta sempre mais e hoje, em 2010, ele é mais fundo do que era em 2006. A foto panorâmica foi obtida naquele ano [2006] por uma câmera da Estação Espacial Internacional. E não é somente no lago em si. A morte se espalha em torno dele. A grama não cresce à sua volta e nem mosquitos chegam perto.
O local é monitorado de perto para assegurar que a água mortal fique exatamente onde está. Todavia, recentemente, cientistas descobriram que o lago morto não está tão morto assim. A vida é de uma teimosia inacreditável: centenas de micróbios, bactérias, algas e fungos evoluíram naquele ambiente hostil. Esses microorganismos, tendo sido estudados, mostraram que podem ser úteis no tratamento do câncer. Meditemos...
FONTE: Deadly lake IN Been-seen — publicado em 31/01/2009
[http://been-seen.com/index.php/articles/travel-places/deadly-lake]
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